A morte de Osama Bin Laden, há muito uma obsessão dos norte-americanos e que acontece quase 10 anos após os episódios do 11 de setembro, abre espaço para diferentes debates. O mundo está mais seguro após a eliminação do terrorista? O Paquistão, local onde se abrigava Bin Laden, foi omisso ou conivente? A operação americana pode-se considerar legítima? Essas são algumas poucas questões que merecem atenção e ajudam a explicar a chamada guerra contra o terror, iniciada nos anos George W. Bush.
Em primeiro lugar uma questão levantada pelo próprio presidente Barack Obama sobre a segurança internacional. Em pronunciamento após a morte do terrorista, Obama, num tom altamente patriótico, fala aos seus cidadãos e aos do mundo todo, como se a morte de Bin Laden fosse o capítulo derradeiro na história do terrorismo. Trata-se de uma bravata, de um exagero de retórica do mandatário norte-americano já que a Al Qaeda continuará exercendo o mesmo fascínio sobre grupos radicais islâmicos e atuando no mesmo papel de antes. A organização, que em português significa “a Base” serve de inspiração para diversos outros grupos que agem em todo mundo. Muitos dos atentados ao redor do planeta ganham a chancela da Al Qaeda porque seus autores se assumem como integrantes da organização, muitas vezes sem qualquer relação com a mesma.
Ao mesmo tempo o modus operandi da Al Qaeda é seguido a risca por diversos outros grupos de radicais muçulmanos. Um bom exemplo são as ações terroristas que ocorrem na Rússia motivadas por questões separatistas e que incluem técnicas disseminadas por Bin Laden desde os anos 90. Líderes separatistas chechenos, como Shamil Basayev morto em 2006 pelo serviço secreto russo, se aproximaram do terrorista saudita e verdadeiras carnificinas foram vistas na região, sendo o caso mais dantesco o episódio da escola de Beslan, onde centenas de crianças foram seqüestradas e mortas, após atabalhoada intervenção dos militares russos. A própria fonte de inspiração da Al Qaeda continua firme e forte em seus propósitos político-religiosos. Trata-se da Irmandade Muçulmana, organização disseminada em dezenas de países e que também se opõe aos chamados islâmicos moderados, voltando a sua Jihad ( “guerra santa”) contra os próprios muçulmanos. Portanto é pouco provável que após a eliminação de Osama o mundo fique realmente mais seguro.
Osama Bin Laden foi morto nos arredores de Islamabad, capital paquistanesa, após operação dos SEALs, o Bope da marinha americana. A ação não teve o prévio conhecimento de qualquer autoridade paquistanesa já que havia o receio de vazamento de informações do plano. A operação, batizada de Geronimo, foi planejada desde agosto de 2010 e durou cerca de 40 minutos, com helicópteros que invadiram a fortaleza do terrorista. Fortaleza essa que chamou a atenção pela ausência de telefone ou internet e que passou a ser monitorada pela agência de inteligência norte-americana , a CIA. Em seu discurso o presidente Obama deu ênfase ao heroísmo das tropas de elite e mencionou brevemente o presidente paquistanês Asif Ali Zardari, como mais uma vítima do terrorismo da Al Qaeda. Será mesmo?
Bin Laden não estava escondido nas cavernas remotas do Afeganistão, como esteve. E nem em lugarejos remotos do Sudão ou da Somália como se aventou. O caçado estava em uma cidade turística do Paquistão chamada Abbottabad, a 50 quilômetros da capital vivendo confortavelmente. Além disso, havia ainda uma estranha proximidade da fortaleza a um complexo militar nevrálgico para o exército paquistanês e ao quartel-general dos serviços secretos (ISI) do país, o que faz com que muitas pessoas desconfiem de como Osama Bin Laden conseguiu passar despercebido das autoridades nacionais por tanto tempo, estima-se que o terrorista esteve por ali por pelo menos 3 anos. As relações entre EUA e Paquistão se desgastaram muito nos últimos anos. Desde a guerra do Afeganistão, inciada em 2001, essa relação de parceria foi se tornandio conflitante, e o pivô desse desgaste foi a política americana de proximidade com a Índia. Em tempos de George W. Bush acordos nucleares foram assinados com o governo de Nova Délhi irritando aos autoridades do vizinho rival Paquistão. Até mesmo a declaração de apoio norte-americano, feita por Obama à Índia para o conselho permanente da ONU é motivo de discórdia. Os dois países, Índia e Paquistão, mantém forte rivalidade desde os anos 40, e que tem a região da Caxemira como o grande pomo da discórdia. A pressão sobre o governo de Ali Zardari será dupla. Da população paquistanesa revoltada com a violação do território nacional por outra nação,e da comunidade internacional que irá cobrar a omissão, para dizer o mínimo, do governo de Islamabad.
Bin Laden não estava escondido nas cavernas remotas do Afeganistão, como esteve. E nem em lugarejos remotos do Sudão ou da Somália como se aventou. O caçado estava em uma cidade turística do Paquistão chamada Abbottabad, a 50 quilômetros da capital vivendo confortavelmente. Além disso, havia ainda uma estranha proximidade da fortaleza a um complexo militar nevrálgico para o exército paquistanês e ao quartel-general dos serviços secretos (ISI) do país, o que faz com que muitas pessoas desconfiem de como Osama Bin Laden conseguiu passar despercebido das autoridades nacionais por tanto tempo, estima-se que o terrorista esteve por ali por pelo menos 3 anos. As relações entre EUA e Paquistão se desgastaram muito nos últimos anos. Desde a guerra do Afeganistão, inciada em 2001, essa relação de parceria foi se tornandio conflitante, e o pivô desse desgaste foi a política americana de proximidade com a Índia. Em tempos de George W. Bush acordos nucleares foram assinados com o governo de Nova Délhi irritando aos autoridades do vizinho rival Paquistão. Até mesmo a declaração de apoio norte-americano, feita por Obama à Índia para o conselho permanente da ONU é motivo de discórdia. Os dois países, Índia e Paquistão, mantém forte rivalidade desde os anos 40, e que tem a região da Caxemira como o grande pomo da discórdia. A pressão sobre o governo de Ali Zardari será dupla. Da população paquistanesa revoltada com a violação do território nacional por outra nação,e da comunidade internacional que irá cobrar a omissão, para dizer o mínimo, do governo de Islamabad.
Professor Orlando Stiebler
postado originalmente no blog do Canal dos Concursos
postado originalmente no blog do Canal dos Concursos
Parabéns pela iniciativa professor! Sempre adorei suas aulas! Você transborda conhecimento e eu vou pegando o que cai por aí. O blog certamente facilitará nossa vida!
ResponderExcluirFato, é o Lobby das empresas americanas de TI com operações na Índia que tem segurado a guerra contra o Paquistão.
ResponderExcluirFalaí, professor! Fui seu aluno da ACP em 2008 e suas aulas eram as mais interessantes na minha opinião. Foi com muita satisfação que recebi a notícia de que você criou um blog. Porém, peço que mude o layout, que cansa muito a vista. Não sei se é a imagem de fundo ou a letra branca, ou os dois. Valeu! Abs
ResponderExcluirAtendendo a pedidos, mmudo o layout!! Quem manda é o freguês! rsrs
ResponderExcluirFala mestre,sou Aluno atualmente do PLA....Turno noturno PF....
ResponderExcluirDúvida:Existe gabarito dos simulados?